Extensão e inovação
Estudante de Engenharia Eléctrica desenvolve protótipo de esteira rolante
O estudante Agostinho Isaque, do 4º ano do curso de Engenharia Eléctrica da UEM, desenvolveu um protótipo de uma esteira rolante transportadora, que funciona com recurso a máquina eléctrica. Trata-se de um aparelho que pode ser usado para indústria no transporte de diversos produtos.
A demonstração do protótipo, feita durante o Dia Aberto da UEM, retrata, de forma fiel, o mesmo mecanismo técnico para o funcionamento, por exemplo, de uma escada rolante. A demostração feita aos alunos do ensino secundário serviu para mostrar a importância e as valências do curso de Licenciatura em Engenharia Eléctrica.
Explicou as etapas do seu funcionamento, começando por accionar um aparelho de medição, para depois alimentar o motor, respeitando os dados nominais para prolongar a vida útil do equipamento, depois se accionam dispositivos para a velocidade de rotação e estabelece-se a corrente de consumo do motor. “Temos a velocidade linear e velocidade angular, todas essas definidas mediante cálculos”, explicou.
Para o funcionamento da esteira, usa-se o princípio de transmissão de movimento que está na base, por exemplo, do funcionamento da bicicleta.
Entretanto, explicou que, para a produção de uma esteira transportadora para fins industriais, seriam necessários recursos para aquisição de equipamentos mais robustos.
Agricultores de Manica enaltecem feitos do FASIMO
Produtores do distrito de Vanduzi, província de Manica, afirmaram que o sistema inovador de gestão de água e nutrientes no solo, implementado no âmbito do projecto Farmer-led Smallholder Irrigation in Mozambique (FASIMO), está a contribuir para o aumento da produção e rendimento das famílias nesta parcela do País.
Acrescentaram que, a iniciativa difundida em Manica pela Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da UEM, Instituto Nacional de Irrigação e o Instituto Superior Politécnico de Manica reduziu o número de eventos de regas e, consequentemente, diminuição de água aplicada para a irrigação.
Manuel José, chefe de produção no campo 7 de Abril 2, reconheceu que o FASIMO está a melhorar a vida dos agricultores, uma vez que antes irrigavam apenas por verem que a camada superior do solo estava seca, mas agora passam a dispor de um instrumento que lhes permite determinar a necessidade de rega.
“Produzimos mais e passamos a ter mais tempo para actividades extras, como por exemplo, produzir vassouras e vender”.
Tendai Nhabico, agricultor local, disse que, para além dos conhecimentos e técnicas adquiridos durante os três anos de implementação do projecto, beneficiaram de insumos agrícolas que contribuíram significativamente para o incremento da produção de alimentos como couve, feijão, cenoura, alface, repolho e tomate.
“Fomos treinados para saber como usar a água com racionalidade, uma vez que antes passávamos desnecessariamente muito tempo a regar machambas. É o mesmo tempo que agora reservamos para actividades que concorrem para o aumento da renda familiar”, revelou.
A mesma opinião é partilhada pela Letista Juga, também produtora local, que sugere a extensão do projecto para beneficiar mais agricultores que se encontram em outros distritos da província.
Por sua vez, o Diretor Geral do Instituto Nacional de Irrigação, Eng. Delfim Vilissa, disse que FASIMO trouxe mais valia na componente de irrigação, a partir do momento que permitiu a eficiência no uso de água e gestão de nutrientes no solo, contribuindo deste modo para o incremento dos índices de produção e produtividade, ao mesmo tempo que concorre para o aumento da resiliência climática dos produtores à medida em que permite alcançar elevados níveis de produção com baixo uso de recursos hídricos.
“Os produtores estão satisfeitos e encontram um grande ganho no uso destas tecnologias à medida em que poupam o tempo de rega e recursos que seriam alocados para a compra de insumos”, explicou.
Refira-se que, o sistema inovador de gestão de água e nutrientes no solo, denominado “camaleão”, está a ser implementado em cinco regadios da província de Gaza e três de Manica, numa iniciativa de 3 anos e 6 meses financiada pelos Governos do Canadá e Austrália, e implementada pela Universidade Eduardo Mondlane, Instituto Nacional de Irrigação, Instituto Superior Politécnico de Gaza, Instituto Superior Politécnico de Manica, e parceiros internacionais como a Resilience da Holanda e Penevy Services da Austrália.