Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
Mestrado em Técnicas de Utilização da Madeira
1.Apresentação do Curso
Introdução
Não obstante o desenvolvimento alcançado na época contemporânea, a madeira continua sendo um produto muito apreciado não só pelas suas características que a tornam insubstituível para certos usos, como também por tartar-se de um produto multifunctional e que se obtem de fontes de matéria prima renovável. Com o crescimento contínuo da população e a consequente procura de habitação e outras necessidades, tanto a nível nacional como internacional, espera-se um aumento da procura de produtos de madeira e seus derivados nos próximos anos.
Para fazer face a esta situação, o país conta com uma enorme área florestal cujo corte admissível é estimado em 520 a 640 mil metros cúbicos de madeira por ano. Adicionalmente, o governo tem incentivado o investimento em plantações florestais, o que resultou num incremento considerável de áreas de floresta plantada nos últimos 10 anos. De 2005 a 2010 foram reflorestadas 46 000 ha com espécies de rápido crescimento e mais de 500 mil hectares foram atribuídos a diferentes empresas para o estabelecimento de novas plantações com a finalidade de produção de madeira. Contudo, vários desafios são colocados ao sector madeireiro em Moçambique, sendo de destacar:
Apesar do enorme potencial madeireiro da floresta natural, existe grande pressão sobre apenas poucas espécies, em detrimento de outras, sendo a principal razão o limitado conhecimento das suas propriedades e/ou a difícil trabalhabilidade de muitas delas ao usar as práticas tradicionais
Apesar do vasto conhecimento existente a nível internacional sobre plantações florestais, o país carece de conhecimentos específicos sobre as espécies plantadas tendo em conta as condições ecológicas locais; esse conhecimento é crucial para a utilização sustentável deste recurso
A formação de pessoal especializado na área de tecnologia e utilização da madeira com uma forte componente de pesquisa pode contribuir para a solução dos desafios supracitados.
2.Objectivos
Objectivo geral
Tecnologia e Utilização da Madeira é um curso da área das engenharias que tem como objectivo geral formar graduados competentes na aplicação de tecnologias de produção, gestão de processos produtivos, e na definição de estratégias de utilização sustentável de diferentes produtos na base de madeira, assim como na condução de investigação científica sobre produção e utilização de produtos de madeira e seus derivados.
Objectivos específicos
São objectivos específicos do curso de mestrado em Tecnologia e Utilização da Madeira proporcionar aos graduados conhecimento e habilidades para:
- Aplicar os fundamentos de produção e desenvolvimento sustentável florestal, tendo em conta a dimensão económica e ambiental;
- Desenhar, conduzir, analisar e reportar pesquisas florestais;
- Aplicar tecnologias de produção florestal;
- Gerir processos produtivos;
- Desenhar, executar, monitorar e avaliar projectos de desenvolvimento de produtos florestais e processamento da madeira; e
- Comunicar e liderar equipes de trabalho.
3.Competências específicas
As competências específicas são relativas ao conhecimento, habilidades e atitudes específicas que serão adquiridas ao longo do curso e são compostas por competências do saber, do saber fazer e ser.
3.1.Nas competências do saber o graduado deve:
- Descrever as características anatómicas e propriedades da madeira;
- Explicar os aspectos técnicos de elaboração mecânica de madeira;
- Explicar os princípios de desenho de elementos estruturais, produtos “engenheirados”, móveis e produtos artísticos de madeira;
- Explicar os fundamentos técnicos dos processos de produção de diferentes produtos “engenheirados” de madeira;
- Explicar a teoria e os princípios de secagem de madeira;
- Definir os fundamentos da biodegradação e preservação da madeira;
- Explicar a teoria e mecanismos de adesão;
- Explicar os princípios de gestão empresarial e ambiental; e
- Explicar os princípios de planeamento de processos de produção.
3.2.Nas competências do saber fazer o graduado deve:
- Descrever as características da madeira e suas propriedades;
- Aplicar correctamente as tecnologias de elaboração mecânica da madeira;
- Aplicar correctamente as tecnologias de secagem e preservação da madeira;
- Aplicar e usar correctamente as tecnologias avançadas de transformação de produtos florestais;
- Pesquisar e conceber desenhos contemporâneos de produtos na base de madeira;
- Aplicar medidas com vista à utilização económica e ambientalmente sustentável dos produtos madeireiros;
- Aplicar estratégias de marketing de produtos na base de madeira; e
-Pesquisar, planificar, executar e controlar projectos de transformação de produtos florestais, especialmente de espécies madeireiras secundarizadas e desconhecidas no mercado.
4. Perfil ocupacional do graduado
Para além de adquirir as competências específicas, o graduado do curso de mestrado em Tecnologia e Utilização da Madeira deve ser:
- Empenhado e consciente sobre a sua profissão nas condições de desenvolvimento de Moçambique;
- Idóneo, assume as suas responsabilidades com profissionalismo e procura incutir o mesmo aos seus colaboradores;
- Idóneo para trabalhar em equipa e individualmente, para diagnosticar problemas, monitorar as actividades e propor soluções aos problemas diagnosticados;
- Capaz de assumir responsabilidades de forma a contribuir para os conhecimentos e as práticas profissionais e/ou rever o desempenho estratégico de equipas;
- Capaz de dinamizar e servir de modelo aos que o rodeiam;
- Empreendedor, criativo e inovador na sua área de actuação e procurar melhorar as condições de trabalho;
- Profissional que se guia por interesse genuíno de melhorar o bem-estar das comunidades;
- Cortês e respeitador da ética profissional;
- Profissional exemplar com um profundo sentido prático e de intransigência pelo uso racional dos recursos (naturais e materiais da sua unidade de produção);
- Flexível na adaptação à evolução tecnológica na sua área de trabalho;
- Interessado por uma aprendizagem continua; e
- Agente exemplar na luta por preservar a natureza e incentivar um desenvolvimento sustentável.
5. Público - alvo
- Licenciatura em Engenharia Florestal, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia Agronómica, licenciatura em Física, Química, Biologia, Arquitectura e outras áreas relacionadas.
6. Documentos de candidatura
No acto de candidatura deve apresentar-se os seguintes documentos:
- Ficha de candidatura (a ser obtida na secretaria de mestrado da FAEF):
- Carta endereçada ao Director do Curso indicando o ramo e a motivação:
- Certificado de habilitações de Licenciatura
- Certificado de disciplinas feitas:
- Uma carta de recomendação académica:
Os candidatos devem cumprir as condições estipuladas no Regulamento dos Cursos de Pós-Graduação da UEM para admissão ao Mestrado Académico isto é, possuir nota de conclusão de licenciatura igual ou superior a 14 valores ou não inferior a 12 valores com comprovada experiência profissional de 3 anos.
Os processos de candidatura, devidamente instruídos, devem dar entrada a partir da publicação do Edital até a primeira quinzena do mês de Janeiro.
7. Duração do curso
O curso de Mestrado em Tecnologia e Utilização da Madeira tem a duração de dois anos e consiste de duas fases consecutivas, como se apresenta no Quadro 1:
Quadro 1: Estrutura e componentes do curso de Mestrado em Tecnologia e Utilização da Madeira
I Período |
I Trimestre |
II Trimestre |
III Trimestre |
IV Período |
I |
Aquisição de conhecimentos: disciplinas obrigatórias e opcionais (66% do tempo de contacto directo)
Aquisição de capacidades: disciplinas obrigatórias comuns aos cursos (22% do tempo de contacto directo)
Estudo independente
|
Aplicação de conhecimentos e capacidades
Simulação de Projectos
(12% do tempo de contacto)
|
II |
Aplicação de conhecimentos e capacidades - Dissertação/artigo científico (100% do tempo total) |
8.Idioma
A língua oficial para o curso é a portuguesa.
9.Regime de estudo
O regime de formação é a tempo inteiro. O leccionamento das aulas obedece o calendário académico da UEM.
10.Horário
As aulas decorrem entre as 15 e as 19 horas a partir de Fevereiro de 2018.
11.Local
Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Campus Universitário, Tel.(+258) 21492177/8, Extensão: 1739; Fax (+258) 21492176; Correio electrónico:
dir.faef@gmail, Maputo; Moçambique.
12.Periodo de inscrição
Os processos de candidatura, devidamente instruídos, devem dar entrada a partir da publicação do Edital até a primeira quinzena do mês de Janeiro.
Os resultados das candidaturas serão divulgados até duas semanas depois da submissão.
13.Matrículas e Propinas
Inscrição: 7.000,00 (Sete mil meticais) para os dois anos.
Propinas: 9.500,00 (Nove mil e quinhentos meticais) por mês.
14. Contacto do Director do Curso
Prof. Doutor Andrade Fernando Egas -
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
15. Plano de estudo
Cada trimestre do curso de Mestrado em Tecnologia e Utilização da Madeira compreende um período de 11 semanas, seguidas duma semana intercalar e um quarto período de 5 semanas para as actividades de Simulação de Projectos no campo. O primeiro ano do curso conta igualmente com uma disciplina de seminários consistindo de um grupo de temas com vista a conferir aos estudantes as competências genéricas do curso assim como tópicos especiais da área que, pela sua dinâmica, deverão ser definidos e aprovados pelo conselho de gestão do curso antes do início do ano lectivo. A 1ª fase corresponde a 60 créditos. O segundo ano compreende actividades de investigação e redacção da dissertação/artigo científico, culminando com a apresentação e defesa da dissertação correspondente a 60 créditos.
O plano de estudo do curso de Mestrado em Tecnologia e Utilização da Madeira é apresentado no quadro2.
Ano |
I Semestre |
II Semestre |
Módulo |
CR |
Módulo |
CR |
I |
Métodos de Investigação Científica |
08 |
Gestão Empresarial |
04 |
Anatomia, Propriedades e Utilização da Madeira |
06 |
Opcional I |
04 |
Maneio de Florestas Naturais |
03 |
Opcional II |
04 |
Processamento Mecânico de Madeira |
05 |
Seminários de Tecnologia da Madeira III |
01 |
Seminários de Tecnologia da Madeira I |
01 |
Simulação de Projectos |
07 |
Secagem e Preservação de Madeira |
05 |
|
|
Concepção e Projectos em Madeira |
06 |
|
|
Estatística Aplicada |
05 |
|
|
Seminários de tecnologia da Madeira II |
01 |
|
|
Subtotal |
40 |
Subtotal |
20 |
|
|
Módulo |
CR |
I |
Dissertação |
60 |
Total do Curso |
120 |
Com excepção de “Simulação de Projectos I ” e “Métodos de Investigação Científica”, todas as disciplinas são leccionadas num período de 11 semanas.
Ramos do Mestrado em Ciências Florestais
Além de conhecimentos gerais e para assegurar aquisição de conhecimento específicos no domínio florestal são considerados as seguintes áreas de especialização designados de Ramos:
- Silvicultura
- Economia e Maneio Florestal
Ramo de Silvicultura
Objectivo Geral
- Formar especialistas em plantações florestais e maneio de florestas naturais, tendo em conta a dimensão económica, social e ambiental.
Objectivos específicos
- Formar técnicos qualificados para o estabelecimento de plantações florestais com espécies de rápido crescimento e para conservação e maneio de florestas naturais;
- Formar técnicos qualificados para o desenvolvimento de práticas e sistemas agro-florestais;
- Treinar os candidatos para a pesquisa na área de silvicultura;
- Treinar os candidatos para a apresentação dos resultados da pesquisa em seminários e revistas científicas.
Competências específicas
Para além das competências gerais em Ciências Florestais, ao terminar a sua formação, o graduado na área de Silvicultura deve ainda saber:
- Explicar os princípios a observar na escolha de espécies e procedências, no estabelecimento e condução de plantações florestais com espécies exóticas e nativas;
- Explicar os conceitos e métodos de conservação e maneio de florestas naturais;
- Descrever as técnicas e métodos de levantamento e diagnóstico de sistemas agro-florestais;
- Explicar os conceitos e métodos de protecção de plantações e florestas naturais; e
- Compreender o quadro legal florestal, nacional, regional e global.
Competência do saber fazer:
- Planificar, executar e controlar processos de produção de sementes e plantas de espécies nativas e exóticas;
- Planificar, executar e controlar projectos de estabelecimento, condução e maneio de plantações florestais;
- Planificar, executar e controlar projectos de maneio e uso sustentável de florestas nativas;
- Planificar, executar e controlar projectos agro-florestais;
- Planificar, executar e controlar projectos de protecção florestal;
- Identificar, avaliar, monitorar e mitigar efeitos ambientais de plantações florestais e florestas naturais;
Plano de Estudos do Ramo de Silvicultura
Ano |
I Semestre |
II Semestre |
Módulo |
CR |
Módulo |
CR |
I |
Métodos de Investigação Científica |
08 |
Sistemas Agro-Florestais |
04 |
Maneio de Pragas e Doenças Florestais |
05 |
Opcional I |
04 |
Ecologia Florestal Aplicada |
04 |
Opcional II |
04 |
Maneio de Florestas Naturais |
04 |
Seminários III |
03 |
Seminários I |
01 |
Simulação de Projectos |
09 |
Plantações Florestais |
04 |
|
|
Silvicultura |
04 |
|
|
Estatística Aplicada |
05 |
|
|
Seminário II |
01 |
|
|
Subtotal |
36 |
Subtotal |
24 |
|
|
Módulo |
CR |
I |
Dissertação |
60 |
Total do Curso |
120 |
Ramo de Economia e Maneio Florestal
Objectivo
O objectivo do curso é de formar profissionais com capacidade de gerir empreendimentos económicos florestais e manejar florestas plantadas e naturais com ferramentas apropriadas de modo a obter rendimentos máximos e sustentáveis.
Competências específicas
Para além das competências gerais o graduado em Ciências Florestais, ao terminar a sua formação, o graduado na área de Economia e Maneio Florestal deve ainda saber:
- Descrever os métodos quantitativos usados na avaliação dos recursos florestais;
- Explicar as teorias e métodos para a planificação e avaliação de empreendimentos florestais;
- Explicar os métodos para analisar o mercado de produtos agrários; e
- Explicar os fundamentos da ecologia e produção sustentável florestal em plantações e florestas naturais tropicais.
O graduado deve igualmente possuir as seguintes competência do saber fazer:
- Organizar, integrar recursos financeiros, materiais e humanos em empreendimentos florestais;
- Planificar, executar e controlar levantamentos, quantitativos e qualitativos, dos recursos florestais madeireiros e não madeireiros;
- Realizar estudos de viabilidade técnica e financeira de projectos florestais;
- Desenvolver planos operativos de trabalho;
- Desenvolver estudos de mercado e valorização de produtos florestais madeireiros e não madeireiros;
- Gerir e administrar empresas florestais e organismos públicos; e
- Elaborar planos de maneio para a gestão de áreas de produção florestal
Plano de Estudos do Ramo de Economia e Maneio Florestal
Ano |
I Semestre |
II Semestre |
Módulo |
CR |
Módulo |
CR |
I |
Métodos de Investigação Científica |
08 |
Planeamento da Empresa Florestal |
04 |
Teledetecção e SIG |
05 |
Opcional I |
04 |
Ecologia Florestal Aplicada |
04 |
Opcional II |
04 |
Maneio de Florestas Naturais |
04 |
Seminários III |
03 |
Seminários I |
01 |
Simulação de Projectos |
09 |
Simulação e Maneio de Povoamentos |
04 |
|
|
Planificação de Projectos de Inventários Florestais |
04 |
|
|
Estatística Aplicada |
05 |
|
|
Seminários II |
01 |
|
|
Subtotal |
36 |
Subtotal |
24 |
|
|
Módulo |
CR |
|
Dissertação |
60 |
Total do Curso |
120 |
16. Grupo de Professores
Item |
Professor |
Categoria |
Área de Formação
|
Instituição |
01 |
Almeida Sitoe |
Professor Catedrático |
Eng. Florestal |
UEM |
02 |
Andrade Egas |
Prof. Associado |
Tecnologia de Madeira |
UEM |
03 |
Carlos Alberto Cuvilas |
Prof. Auxiliar |
Tecnologia de Madeira |
UEM |
04 |
Domingos Cugala |
Prof. Associado |
Protecção Vegetal |
UEM |
05 |
Emílio Tostão |
Prof. Associado |
Economia Agrária |
UEM |
06 |
Ernesto Uetimane Júnior |
Prof. Auxiliar |
Tecnologia de Madeira |
UEM |
07 |
Hélder Zavale |
Prof. Auxiliar |
Economia Agrária |
UEM |
08 |
Inácio Arnaldo Lhate |
Prof. Auxiliar |
Tecnologia de Madeira |
UEM |
09 |
Inácio Maposse |
Prof. Associado |
Produção Vegetal |
UEM |
10 |
Luís Miguel Cristóvão |
Prof. Auxiliar |
Tecnologia de Madeira |
UNIZAMBEZE |
11 |
Narcisio Bila |
Assistente |
Eng. Florestal |
UEM |
12 |
Rosta Mate |
Assistente |
Eng. Florestal |
UEM |
Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal
Mestrado em Economia Agrária
1.Apresentação do Curso
Introdução
A maior parte dos indicadores económicos sugerem que Moçambique é um país pobre. A mal nutrição assola cerca de 40% das crianças, e um pouco mais de metade da população Moçambicana vive abaixo da linha da pobreza. Assim, a redução da pobreza é fundamental para melhorar as condições de vida da população. A agricultura continua a ser um sector chave na economia Moçambicana. A maior parte da população, incluindo os pobres, vive nas zonas rurais e depende da agricultura para alimentação, emprego, e renda monetária. Além disso, a agricultura contribui com cerca de 25% do produto nacional bruto.
Moçambique tem recursos naturais e populacionais os quais proporcionam uma vantagem económica absoluta na agricultura. Contudo, para que os recursos naturais possam contribuir para o desenvolvimento de Moçambique, as vantagens absolutas devem ser transformadas em vantagens económicas comparativas, através de uma maior integração entre os diversos sectores produtivos da economia nacional, e entre os sectores nacionais e regionais. Adicionalmente, o uso eficiente dos recursos deve ser feito de forma a proporcionar um crescimento económico que se traduz em desenvolvimento rural. Desenvolvimento rural é um processo de transformação que resulta na melhoria das condições de trabalho, saúde, educação, poder de compra, participação na tomada de decisão, e lazer de indivíduos que vivem numa comunidade rural.
Essa transformação rural passa pela existência de uma economia rural dinâmica, com mercados rurais (de crédito, seguros, trabalho, e produtos e insumos agrários) que induzem os produtores a especializarem-se em actividades produtivas que lhes conferem vantagens económicas comparativas. O processo de desenvolvimento rural pressupõe a existência de actores com capacidade de promover a ligação e interacção vantajosa dos diversos sectores e actores económicos, que resultem no uso eficiente dos recursos produtivos e criação de oportunidades de negócio. Parte deste conhecimento é objecto das disciplinas do curso de Economia Agrária (segundo ciclo) a ser leccionado na Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane.
Portanto, o curso de Mestrado em Economia Agrária surge como resposta à demanda nacional e particularmente do sector agrário, de especialistas na área de economia agrária e responde ao objectivo central do governo de combater a pobreza e promover o desenvolvimento rural em Moçambique, e enquadra-se no processo de reforma curricular na UEM. O curso de mestrado em Economia Agrária está harmonizado com os instrumentos do desenvolvimento do país tais como o Plano estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA) e o Plano Operativo do Desenvolvimento Agrário (PODA). O curso de Mestrado em Economia Agrária é um curso aplicado, que oferece especialização em Economia Agrária. Especificamente, o curso tem quatro ramos a saber: (i) Agronegócios, (ii) Análise de Políticas e Desenvolvimento Agrário, (iii) Mercados Agrários e (iv) Economia dos Recursos Naturais. Estas orientações estão desenhadas a complementarem-se no sentido do desenvolvimento e implementação de cadeia de valores de valores de produtos agrários com vista a proporcionar a comercialização dos produtos agrários nacionais nos mercados domésticos, regional e internacional.
2.Objectivos
Geral
O objectivo geral do Curso do Mestrado em Economia Agrária é preparar profissionais inovativos, proactivos, e auto confiantes na identificação e resolução de problemas concretos do desenvolvimento da agricultura e das comunidades rurais a nível nacional e regional com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento rural em Moçambique.
Objectivos Específicos
1)Desenvolver no graduado capacidades de avaliar, aplicar e analisar de forma crítica as diferentes técnicas para resolver problemas na área de economia agrária;
2)Dotar o graduado de capacidades de criar o auto-emprego e trabalhar com outros agentes no país, na região e no mundo em geral; e
3)Capacitar o graduado na gestão dos empreendimentos agrários nas condições de riscos.
3.Competências especificas
As competências genéricas referem-se às capacidades que são necessárias em todos os domínios de conteúdo e podem ser utilizadas em situações profissionais novas. Estas competências são por causa da sua transmissibilidade, o conjunto básico de capacidades para a vida quotidiana, dentro e fora da profissão.
As competências específicas relativas ao conhecimento, habilidades e atitudes específicas que serão adquiridas ao longo do curso e são compostas por competências do saber, saber fazer e ser como se descreve de seguida.
3.1.Nas competências do saber o graduado deve:
- Explicar a teoria económica;
- Descrever os métodos de investigação;
- Descrever os métodos quantitativos usados na agricultura;
- Compreender o ambiente envolvente no sector agrário;
- Explicar as teorias e métodos para a planificação e avaliação de projectos agrários;
- Explicar as políticas agrárias vigentes em Moçambique;
- Descrever os procedimentos e métodos de desenho e avaliação de políticas agrárias; e
- Descrever os métodos para analisar o mercado de produtos agrários.
3.2.Nas competências do saber fazer o graduado deve:
- Avaliar e executar diferentes alternativas de comercialização dos produtos agrários;
- Gerir a produção, negócios agrários, recursos humanos, materiais e financeiros;
- Planificar e implementar actividades agrárias;
- Avaliar e escolher alternativas de produção e negócios agrários tendo em conta os factores limitantes associados ao processo de produção;
- Elaborar, executar e avaliar alternativas económicas e financeiras de uma exploração familiar, empresarial, e cooperativa;
- Avaliar a estrutura, conduta e desempenho dos mercados agrários;
- Analisar e interpretar os sinais de mercados de produtos e factores de produção ao nível local, nacional, regional e internacional;
- Adaptar as tecnologias ao contexto local e promover a sua adopção;
- Organizar a gestão de recursos naturais e do ambiente; e
- Processar, formular, monitorar e avaliar as políticas agrárias.
4.Perfil ocupacional do graduado
O Mestre em Economia Agrária está capacitado a trabalhar nos seguintes sectores:
- Instituições do ensino superior;
- Instituições de investigação agrária;
- Instituições governamentais (Ministério da Agricultura, Finanças, Desenvolvimento, Comércio, etc.);
- Instituições financeiras (bancos, micro bancos, etc.);
- Empresas privadas; e
- Organizações não governamentais.
5.Público-alvo
- Licenciados em cursos de áreas agrárias, económicas, gestão, administração e outras áreas afins;
- Licenciados em cursos de áreas afins as áreas descritas acima;
- Outros candidatos com experiência comprovada no sector agrário, a serem avaliados por uma comissão para o efeito;
6.Documentos de Candidatura
No acto de candidatura deve apresentar-se os seguintes documentos:
- Ficha de candidatura (a ser obtida na secretaria de mestrado da FAEF):
- Carta endereçada ao Director do Curso indicando o ramo e a motivação:
- Certificado de habilitações de Licenciatura
- Certificado de disciplinas feitas:
- Uma carta de recomendação académica:
Os candidatos devem cumprir as condições estipuladas no Regulamento dos Cursos de Pós-Graduação da UEM para admissão ao Mestrado Académico isto é, possuir nota de conclusão de licenciatura igual ou superior a 14 valores ou não inferior a 12 valores com comprovada experiência profissional de 3 anos.
Os processos de candidatura, devidamente instruídos, devem dar entrada a partir da publicação do Edital até a primeira quinzena do mês de Janeiro.
7.Duração do curso
O curso de Mestrado em Economia Agrária tem a duração de dois anos e consiste de duas fases consecutivas, como se apresenta no Quadro 1:
Quadro 1: Estrutura e componentes do curso de mestrado em Economia Agrária
Período |
I Trimestre |
II Trimestre |
III Trimestre |
IV Período |
I |
Aquisição de conhecimentos: disciplinas obrigatórias e opcionais (55% do tempo de contacto directo)
Aquisição de capacidades: disciplinas obrigatórias comuns aos cursos (30% do tempo de contacto directo)
Estudo independente
|
Aplicação de conhecimentos e capacidades
Simulação de projectos I (15% do tempo de contacto)
|
II |
Aplicação de conhecimentos e capacidades - Dissertação/artigo científico (100% do tempo total |
8. Idioma
A língua oficial para o curso é a portuguesa.
9.Regime de estudo
O regime de formação é a tempo inteiro. O leccionamento das aulas obedece o calendário académico da UEM.
10.Horário
As aulas geralmente decorrem entre as 15 e as 19 horas.
11.Local
Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Campus Universitário, Tel.(+258) 21492177/8, Extensão: 1739; Fax (+258) 21492176; Correio electrónico:
dir.faef@gmail, Maputo; Moçambique.
12.Periodo de inscrição
Os processos de candidatura, devidamente instruídos, devem dar entrada a partir da publicação do Edital até a primeira quinzena do mês de Janeiro.
Os resultados das candidaturas serão divulgados até duas semanas depois da submissão.
13.Matrículas e Propinas
Inscrição: 7.000,00 (Sete mil meticais) para os dois anos.
Propinas: 9.500,00 (Nove mil e quinhentos meticais) por mês.
14. Contacto do Director do Curso
Prof. Doutor João Enganado Mutondo –
Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
15.Plano de estudo
Cada trimestre do curso de Mestrado em Economia Agrária compreende dois períodos de 11 semanas, separadas de uma semana intercalar. O primeiro ano do curso conta igualmente com uma disciplina de seminários consistindo de um grupo de temas com vista a conferir aos estudantes as competências genéricas do curso assim como tópicos especiais da área que, pela sua dinâmica, deverão ser definidos e aprovados pelo conselho de gestão do curso antes do início do ano lectivo. A 1ª fase do curso corresponde a 60 créditos. Dado que o desenvolvimento do sector agrário tem sido feito actualmente usando o modelo de cadeia de valores, a formação de quadros na área agrária e em especial em economia agrária deve responder esta nova abordagem. Assim, o curso de economia agrária divide-se em quatro ramos fundamentais para o desenvolvimento de cadeia de valores no sector agrário a saber: (i) Agronegócios, (ii) Análise de Políticas e Desenvolvimento Agrário, (iii) Mercados Agrários e (iv) Economia dos Recursos Naturais. Os quatro ramos tem um tronco comum que aprofunda o conhecimento da teoria económica e métodos quantitativos e os respectivos ramos aprofundam os conhecimentos específicos nas disciplinas subsequentes. As actividades de investigação e redacção da dissertação, culminando com a apresentação e defesa da dissertação correspondente a 60 créditos. Os tópicos das dissertações são específicos para cada ramo. Os quadros 2-5 abaixo apresentam os planos dos estudos dos quatro ramos.
Quadro 2: Planos de Estudo do Ramo Agronegócios
Ano |
I Semestre |
II Semestre |
Módulo |
CR |
Módulo |
CR |
I |
Métodos de Investigação Científica |
08 |
Gestão de Operações de Agronegócios |
04 |
Microeconomia |
04 |
Econometria |
05 |
Macroeconomia |
04 |
Opcional II |
04 |
Opcional I |
04 |
Seminários III |
03 |
Análise Finaceira e de Risco |
04 |
Simulação de Projectos |
09 |
Gestão de Agronegócios |
04 |
|
|
Estatística Aplicada |
05 |
|
|
Seminários II |
01 |
|
|
Subtotal |
35 |
Subtotal |
25 |
|
|
Módulo |
CR |
II |
Dissertação
|
60 |
Total do Curso |
120 |
Quadro 3: Plano de Estudos do Ramo de análise de Políticas e de Desenvolvimento Agrário
Ano |
I Semestre |
II Semestre |
Módulo |
CR |
Módulo |
CR |
I |
Métodos de Investigação Científica |
08 |
Análise Quantitativa de Políticas Agrárias |
04 |
Microeconomia |
04 |
Econometria |
05 |
Macroeconomia |
04 |
Opcional II |
04 |
Opcional I |
04 |
Seminários III |
03 |
Seminários I |
01 |
Simulação de Projectos |
09 |
Economia de desenvolvimento |
04 |
|
|
Análise de Políticas Agrárias e Alimentares |
04 |
|
|
Estatística Aplicada |
05 |
|
|
Seminários II |
01 |
|
|
Subtotal |
35 |
Subtotal |
25 |
|
|
Módulo |
CR |
II |
Dissertação |
60 |
Total do Curso |
120 |
Quadro 4: Plano de Estudos do Ramo de Mercados Agrários
Ano |
I Semestre |
II Semestre |
Módulo |
CR |
Módulo |
CR |
I |
Métodos de Investigação Científica |
08 |
Análise de Preços de Produtos Agrários |
04 |
Microeconomia |
04 |
Econometria |
05 |
Macroeconomia |
04 |
Opcional II |
04 |
Opcional I |
04 |
Seminários III |
03 |
Seminários I |
01 |
Simulação de Projectos |
09 |
Comércio Internacional |
04 |
|
|
Comercialização Agrária |
04 |
|
|
Estatística Agrária |
05 |
|
|
Seminários II |
01 |
|
|
Subtotal |
35 |
Subtotal |
25 |
|
|
Módulo |
CR |
II |
Dissertação |
60 |
Total do Curso |
120 |
Quadro 5: Plano de Estudos do ramo de Economia dos Recursos Naturais
Ano |
I Semestre |
II Semestre |
Módulo |
CR |
Módulo |
CR |
I |
Métodos de Investigação Científica |
08 |
Métodos Quantitativos na Economia Ambiental |
04 |
Microeconomia |
04 |
Econometria |
05 |
Macroeconomia |
04 |
Opcional II |
04 |
Opcional I |
04 |
Seminários III |
03 |
Seminários I |
01 |
Simulação de Projectos |
09 |
Economia dos Recursos Naturais |
04 |
|
|
Economia e Governação da Agua |
04 |
|
|
Estatística Aplicada |
05 |
|
|
Seminários I |
01 |
|
|
Subtotal |
35 |
Subtotal |
25 |
|
|
Módulo |
CR |
II |
Dissertação |
60 |
Total do Curso |
120 |
16. Grupo de Professores
Item |
Professor |
Categoria |
Área de Formação |
Instituição |
01 |
dDomingos Cugala |
Prof. Associado |
Protecção Vegetal |
UEM |
02 |
Emílio Tostão |
Prof. Associado |
Economia Agrária |
UEM |
03 |
Faizal Carsane |
Prof. Auxiliar |
Economia Agrária |
UEM |
04 |
Hélder Zavale |
Prof. Auxiliar |
Economia Agrária |
UEM |
05 |
Inácio Maposse |
Prof. Associado |
Produção Vegetal |
UEM |
06 |
João Mutondo |
Prof. Associado |
Economia Agrária |
UEM |
07 |
Manuela Sylivestre |
Prof. Associado |
Economia Agrária |
UEM |
08 |
Mário Paulo Falcão |
Prof. Auxiliar |
Eng. Florestal |
UEM |
09 |
Matias Farahane |
Prof. Auxiliar |
Economia Agrária |
UEM |
10 |
Rafael Uaiene |
Prof. Auxiliar |
Economia Agrária |
IIAM |
11 |
Rosta Mate |
Assistente |
Eng. Florestal |
UEM |