Conferência anual discute crescimento inclusivo em Moçambique
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- Criado em 27-11-2018
A abundância de recursos naturais na zona norte do país pode ajudar a catapultar a economia moçambicana para níveis consideráveis mas urge garantir a distribuição dos dividendos provenientes das receitas do gás natural para diversificar a economia nacional.
É neste âmbito que decorreu hoje (27/11), em Maputo, a Conferência Anual sobre o Crescimento Inclusivo em Moçambique que abordou, entre outros, sobre os desafios do país no sector de petróleo e gás (bênção ou maldição) e como, através destes recursos, o país pode tirar maior proveito para reduzir as desigualdades existentes.
Por enquanto a agricultura, a educação, o fortalecimento das pequenas e médias empresas podem ser alternativas à economia baseada nos rendimentos de gás natural.
No evento, foram apresentados trabalhos de pesquisa sobre perspectivas de desenvolvimento de recursos naturais no país, conteúdo local versus diversificação da economia num trabalho realizado pelo Centro de Estudos de Economia e Gestão da UEM (CEEG), Ministério da Economia e Finanças e a Universidade de Copenhaga.
Na abertura, a Vice-Reitora Académica da UEM, Profª Doutora Amália Uamusse, afirmou que todas as unidades académicas têm o imperativo de gerar, através da investigação, um conhecimento útil ao país, fazendo reflectir as necessidades e as perspectivas nacionais e regionais no desenvolvimento das actividades de investigação.
Disse que a UEM tem presente a importância de gerar conhecimento com evidência que reflita as necessidades nacionais que conduza a formulação de políticas económicas e sociais que sirvam ao país.
"É nesse âmbito que a Faculdade de Economia através do seu Centro de Estudos e Gestão se juntou aos diferentes parceiros na iniciativa que originou esta conferência", disse.
Entretanto, o Director Nacional de Estudos Económicos e Financeiros do Ministério da Economia e Finanças, Dr. Vasco Nhabinde, defendeu que a inclusão significa a redução dos níveis de pobreza e que o crescimento inclusivo deve ser olhado no espectro da pobreza multidimensional mas que tal implica a utilização dos recursos do estado para resolver problemas que afectam a população. "Estamos aqui a falar da pobreza relativa a educação, a saúde, o acesso aos serviços e outros", disse.
Por seu turno, o Director da ONU-Wider, Dr. Finn Tarp, disse ser importante reflectir sobre como os recursos naturais podem ser utilizados para o apoio de facto ao desenvolvimento do país, porque as experiências internacionais provaram que não é tão simples como parece. "É muito importante para Moçambique haver um debate sério e honesto sobre como utilizar os recursos naturais", disse.
Além de temas relacionados ao sector de petróleo e gás natural, a conferência sobre o "Crescimento Inclusivo em Moçambique" abordou outros temas como o Sector Empresarial em Moçambique, a Política Macroeconómica, Economia Monetária, entre outros.