Instituições académicas devem se constituir na principal força motriz para as transformações sócio-económicas, defende Ilesh Jani
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- Criado em 22-05-2021
As instituições académicas devem se constituir na principal força motriz para as transformações sócio-económicas que o país necessita nos próximos anos, incluindo para aquelas que dizem respeito a elas próprias nas vertentes de ensino, investigação, extensão e inovação. Estas transformações devem ser impulsionadas ainda durante a vigência da pandemia, afirmou o Doutor Ilesh Jani, Director Geral do Instituto Nacional de Saúde.
Referiu que o sofrimento causado pelas crises só pode ser consolado pela manutenção dos progressos alcançados durante a sua resolução, e pelas transformações que contribuam para estabelecer uma sociedade mais justa, mais desenvolvida e mais resiliente. "As instituições académicas, que são a vanguarda do pensamento estratégico, têm uma responsabilidade nesse processo", frisou.
Ilesh Jani falava hoje (21/05) em Oração de Sapiência intitulada “Ensino, Investigação, Extensão e Inovação para o Desenvolvimento na era da COVID-19”, na cerimónia solene de abertura do Ano Académico 2021 na UEM.
Afirmou que devido a pandemia as instituições de ensino superior tem sofrido um impacto financeiro substancial, principalmente como resultado da redução do pagamento de propinas pelos estudantes, das despesas para implementação de programas da Covid-19 e da necessidade de investimento em tecnologias de informação e comunicação para o ensino à distância. "Estudos de vários países mostram que as universidades com maior capacidade para resistir ao choque da pandemia são aquelas cujos orçamentos menos dependem das propinas dos estudantes, isto é, aquelas mais activas nas áreas de investigação, extensão e inovação", disse.
Fez saber que desde a eclosão da Covid-19 em 2019, já foram notificados até ao momento mais de 164 milhões de casos e mais de 3.4 milhões de mortes. Entretanto, o número real de casos e óbitos é provavelmente muito maior devido a ocorrências de infecções assintomáticas ou com sintomatologia ligeira, e também devido à subnotificação influenciada pelo comportamento de procura de serviços de saúde pelas comunidades e pela fragilidade dos sistemas de vigilância.Esclareceu que ainda não se sabe de que animal o vírus provém originalmente, nem qual o hospedeiro intermediário entre este e o homem. “Não temos evidência sobre quando se deu passagem do animal para o homem, e nem sobre quanto tempo o vírus infectava seres humanos antes da primeira detecção em Dezembro de 2019”.
Na ocasião, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Doutor Daniel Nivagara, disse que as instituições de ensino superior constituem palcos privilegiados para a forja de soluções para os mais variados problemas que o país enfrenta. “Por isso, o investimento no conhecimento deverá traduzir-se no desenvolvimento social, económico e cultural das nossas comunidades”.
Acrescentou que os desafios de crescimento e desenvolvimento socioeconómico com os quais o país se debate, necessitam da existência de um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior bastante fortalecido. Por essa razão, segundo o Ministro, o Governo tem envidado esforços para continuar a garantir condições que possibilitem que as Instituições de Ensino Superior nacionais participem no desenho das políticas de desenvolvimento do país.Por seu turno, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Orlando Quilambo, garantiu que apesar da pandemia da COVID-19, guiados pelas directivas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a sua instituição tem conseguido cumprir com o compromisso de educar, adequando a forma de trabalhar, ser e estar na Universidade Eduardo Mondlane.
Aos recém-admitidos, apelou-os que façam da presença na academia um momento de aprendizado e explorem o manancial oferecido pelos docentes e, principalmente, concluam a formação em tempo útil para possibilitar que mais moçambicanos beneficiem da oportunidade formativa.
A cerimónia solene de abertura do Ano Académico contou com a presença de diversas individualidades entre reitores de universidades públicas e privadas, membros do governo a diversos níveis e da sociedade civil.