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Estudo mostra que a crise económica no País não resulta da COVID-19

Crise-economica-COVID-19

Um estudo apresentado esta quarta-feira, na Faculdade de Economia da UEM, em Maputo, indica que a crise económica em Moçambique não resulta da eclosão da COVID-19 em si, e dos seus efeitos directos na economia nacional, mas sim, que a pandemia exacerbou uma crise pré-existente.
A pesquisa, intitulada “A Recessão Económica em Moçambique: Foi a COVID-19? Um olhar a partir do Sector Externo”, analisa as dinâmicas da nossa economia no contexto da pandemia, com enfoque nas relações com o resto do mundo desde antes da eclosão desta doença até aos princípios do ano 2021.
O autor da pesquisa e docente da UEM, Mestre Michael Sambo, explicou na ocasião que, bem antes da eclosão da pandemia no País, a economia de Moçambique se encontrava em paulatino arrefecimento e relativamente fragilizada, sendo que as taxas de crescimento estavam em declínio.
Crise-economica-COVID-19-2“Em 2018, tínhamos verificado uma taxa de crescimento de 3,4 por cento, tendo declinado para 2,3 no ano seguinte. Mais tarde, em 2020, verificou-se uma taxa de crescimento negativa na ordem de 1,3 por cento”, indicou.
Referiu que a crise da dívida pública é também um fenómeno a ter em conta na questão da fragilidade económica, sobretudo quando verificado que até o ano 2020 estava na ordem de 113,7 por cento do PIB de Moçambique.
“Exacerbada pela contração das “dívidas ocultas”, resultou em retirada do apoio directo ao Orçamento Geral do Estado pelos parceiros económicos bilaterais e multilaterais e, como implicações, tivemos o reescalonamento das dívidas e limitações de acesso a novos créditos”, disse.
Dentre outros argumentos, o docente da UEM destacou que os indicadores económicos locais, com destaque para o sector externo, já apontavam para uma crise no período anterior à COVID-19, uma vez que o investimento directo estrangeiro já estava numa tendência descendente desde o seu pico, em 2012.
“A COVID-19 não é a causadora da crise económica em Moçambique. Portanto, mesmo que a vacina combata efectivamente o coronavírus, não será capaz de combater a crise económica no País”, concluiu.
O estudo foi apresentado no âmbito do programa Crescimento Inclusivo em Moçambique, da UNU–WIDER, implementado pelo Centro de Estudos de Economia e Gestão da Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane.
Por sua vez, a moderadora da apresentação, Dra Eva Maria Egger, referiu que a pesquisa se torna mais relevante a partir do momento que mostra os desafios da economia moçambicana no contexto da Covid-19, apresentando aspectos de vulnerabilidade com foco específico no sector externo.

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