UEM outorga título de Doutor Honoris Causa ao Presidente da República
- Detalhes
- Criado em 17-09-2022
A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) atribuiu na tarde de hoje (16/09), em Maputo, o título de Doutor Honoris Causa ao Presidente da República, Filipe Nyusi, na área da Conservação da Biodiversidade e Mudanças Climáticas. A outorga teve em conta a advocacia feita pelo Chefe do Estado moçambicano frente aos decisores regionais e internacionais para a implementação, no País, de medidas efectivas nos programas de conservação e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Para esta condecoração, pesou a liderança de um governo que busca parcerias para combater a poluição dos oceanos e mares e assegurar uma economia azul sustentável.
Na ocasião, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, sustentou a atribuição do título ao Presidente da República, com as suas iniciativas locais e globais voltadas para a redução de riscos de desastres naturais. Afirmou que como Universidade que prima pela promoção e disseminação do conhecimento, no mais alto critério da dimensão científica, reconhece os feitos de Sua Excelência Filipe Nyusi, Presidente da República, no desenho de modelos de governação de recursos naturais e do ambiente no trabalho que tem feito em prol da sociedade.
O Reitor da UEM admitiu ainda que o reconhecimento internacional do outorgado assume uma dimensão transcendental e marca de forma notável as políticas do país no âmbito dos desafios ambientais e climáticos globais com resultados plausíveis na redução da taxa de desmatamento, redução da caça furtiva e do risco de desastres climáticos no país.
Para Manuel Guilherme Júnior, a atribuição deste Doutoramento tem para a UEM um significado com quatro dimensões, designadamente, o reconhecimento académico do seu papel como campeão na governação em prol da conservação da biodiversidade e do combate ao efeito das mudanças climáticas; da sua nobre e humilde dedicação à melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos Moçambicanos; o reconhecimento académico do seu esforço em elevar o papel da investigação científica na produção de conhecimento relevante para a resolução dos problemas ambientais e socioeconómico, entre outros.
Para atribuição do título de Doutor Honoris Causa, o Presidente da República foi apadrinhado pelo antigo Estadista do Quénia, Dr. Uhuro Kenyatta que, nessa qualidade, defendeu que o Presidente Nyusi e seu governo implementaram reformas legais que impulsionaram a conservação da biodiversidade em várias áreas protegidas do País, apontando como exemplo, a aprovação da lei de conservação da biodiversidade e seu regulamento; a criminalização da caça furtiva e outras actividades ilegais; a revisão do código penal e do código de processo penal.
Antes dessas medidas, segundo Kenyatta, os censos de fauna em Moçambique, indicavam a perda anual de cerca de 1200 elefantes, em todo o território nacional. Entretanto, tais medidas permitiram uma redução drástica da caça furtiva e um aumento do número de animais selvagens. Como resultado, entre 2019 e 2020, não houve casos de mortes de elefantes devido à caça furtiva.
O antigo estadista do Quénia anotou que estes resultados foram celebrados com a inclusão do Presidente Nyusi no Giants Club (Clube de Gigantes), em Julho de 2021, em reconhecimento aos seus esforços na área do ambiente, alterações climáticas e conservação da natureza, nomeadamente na proteção dos elefantes, no País. O Giants Club é uma plataforma que combina esforços políticos, financeiros e técnicos com o objetivo de proteger a vida selvagem e promover o desenvolvimento de uma economia da vida selvagem.
“Estamos perante um verdadeiro herói que, pelos seus feitos, transcende as fronteiras de Moçambique. Suas conquistas devem inspirar jovens e profissionais, principalmente na área de conservação, biodiversidade e mudanças climáticas. É louvável que a Universidade Eduardo Mondlane tenha tomado a iniciativa de reconhecer o Presidente Filipe Jacinto Nyusi”, concluiu.
Refira-se que o Presidente da República foi consagrado pela União africana como Campeão de Gestão de Riscos e Desastres Naturais, em Março deste ano.
Dedico este título à todos os moçambicanos, disse o Presidente da República
Após a cerimónia de outorga marcada pela entrega das vestes doutorais e do diploma, o Presidente da República defendeu o abandono das práticas nocivas sobre o ambiente, realçando que com a perda da biodiversidade os eventos tornaram-se violentos e extremos. “Não existe um planeta B alternativo para a sobrevivência actual e das gerações vindouras”, frisou.
Disse que, não obstante, o facto de Moçambique ser um dos países que menos contribui para as mudanças climáticas foram definidas metas, elaboradas estratégias e estabelecidas acções e modelos de gestão que conduzissem à redução de vulnerabilidades e criação de uma maior resiliência das comunidades. “A linguagem das comunidades está a mudar, assistindo-se uma evolução na plantação dos mangais e também a sua protecção que é gradual mas esse gradualismo está a ser rápido”, anotou.Explicou que a conservação do mar e da biodiversidade vão para além das acções de instituições e governos, ela representa uma paixão individual porque trata-se de um compromisso e acção de cidadania para com as gerações presentes e futuras para que estas usufruam do direito à vida num ambiente e planetas saudáveis, tendo, na sequência, defendido que os desafios impostos pelas alterações climáticas exigem de todos uma maior entrega e mudança de atitude da forma como tratamos o meio ambiente e a maneira como extraímos os recursos naturais.
O Estadista moçambicano afirmou que tanto a conservação da biodiversidade, como a conservação do ambiente requerem também investimentos em soluções tecnológicas limpas nas estruturas de produção, sistemas de monitoria e aviso prévio, bem como a gestão integrada dos recursos e construção de infraestruturas resilientes.
O Presidente da República disse que a sua outorga com o título de Doutor Honoris Causa pela UEM é reflexo da participação e entrega do povo moçambicano pela causa ambiental. Dedicou o título à todos os moçambicanos dentro e na diáspora. Prometeu usar as vestes doutorais para influenciar as novas gerações sobre a importância da conservação da biodiversidade, adaptação e resiliência às mudanças climáticas e a gestão sustentável dos recursos naturais.