Especialistas reconhecem o contributo da UEM na inclusão digital

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Criado em 16-12-2022

Especialistas na área de internet defendem que a Universidade Eduardo Mondlane tem envidado esforços para garantir a efectividade dos serviços tecnológicos no território nacional, contribuindo assim para a inclusão digital de milhares de pessoas localizadas em diferentes cantos do país bem como para a promoção e valorização da cultura e conhecimentos locais.
Esta constatação foi avançada na quarta-feira durante a conferência que marcou as celebrações dos 30 Anos de Internet em Moçambique.
Na ocasião, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, explicou que em 1992, ao proceder a primeira ligação à internet para Moçambique, a universidade deu um passo importante para a criação e consolidação do actual ecossistema através da implementação, com sucesso, de iniciativas tendentes a melhorar o acesso às tecnologias de informação.
“Estas iniciativas foram evoluindo, assumindo, desde a fase piloto, diferentes formatos, incluindo o conceito de Centros Multimedia Comunitários que permitem, até dias de hoje, contribuir para a inclusão digital e também para a oferta de possibilidades de promoção e valorização da nossa cultura e conhecimentos”, disse.
Referiu que, a UEM continua a promover diversas acções e iniciativas que resultam na adequação curricular de cursos de graduação e pós-graduação para incluir componentes relevantes de Tecnologias de Informação e Comunicação em especifico.
“Continua a gerir as infraestruturas que podem ser consideradas críticas para o bom funcionamento da internet, designadamente o domínio .MZ e o Moçambique Internet Exchange bem como a iniciativa ShooLNET Moçambique e elaboração das primeiras políticas e estratégias relevantes para o sector”, destacou.
O Reitor reiterou que os desafios da digitalização nas universidades publicas requerem a adopção de estratégias diversas que passam por estabelecimento de parcerias inteligentes para atração de mais investimentos para a modernização de processos, incluindo a mediação de procedimentos burocráticos por meio de ferramentas digitais.
O antigo director do Centro de Informática da UEM e actual Presidente do Conselho de Administração dos Aeroportos de Moçambique, Prof. Doutor Eng. Américo Muchanga, fez uma resenha das diferentes fases do desenvolvimento da unidade e disse que o CIUEM deve assumir um papel relevante para avançar com a próxima etapa do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, trazendo ao de cima a transformação digital.
“Pode fazer isso no âmbito da investigação para o avanço da ciência e, consequentemente, o desenvolvimento do nosso país, tal como fez no passado, ao garantir a efectividade dos serviços tecnológicos no país”, apelou.
Destacou que, a história de internet em Moçambique começa em 1990, numa altura em que a UEM tinha a capacidade de computação em duas faculdades, na Engenharia e Ciências (Departamento de Informática e Matemática), usando computadores apenas para a tarefa de docência e actos administrativos.
“Estamos a falar de uma computação centralizada, onde tínhamos um computador central e terminais distribuídos em vários gabinetes da universidade. E a tarefa que tive na altura era permitir que as centrais mandassem o comando para uma outra pessoa que está conectada ao meu contador, era essencialmente mandar um hello que chegasse a um outro receptor”, contou.
Afirmou que, a interntet em Moçambique não surgiu como parte de um projecto concebido, com financiamento, mas sim como uma evolução tecnológica que colocou a UEM no mapa dos percursos de internet no país e no continente africano.
Por sua vez, o director do Centro de Informática da UEM, Dr. Luís Neves, afirmou que volvidos 30 anos, alguns desafios de Conexão à Internet em Moçambique mantem-se, por exemplo, a questão da literacia digital que consiste na preparação das pessoas para fazerem o uso adequado dos serviços tecnológicos, alegando que o aproveitamento das infraestruturas informáticas requer um certo domínio.
“As actuais inovações tecnológicas requerem também mais banda larga, o que implica mais capacidade e investimento. Tem também o desafio de prover serviços para responder às necessidades dos cidadãos que actualmente recorrem a essas tecnologias para se informarem com mais rapidez”, sugeriu.