Académico propõe uma reflexão em torno do cabaz alimentar ideal para Moçambique
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- Criado em 16-12-2022
O académico moçambicano e especialista em segurança alimentar, Dr. Ezequiel Abrahamo, propõe uma reflexão em torno do actual conceito de “cabaz alimentar” tendo em conta aquilo que são os nossos hábitos culturais associados à disponibilidade e acesso dos alimentos.
Salienta que o cabaz alimentar sendo um conjunto de alimentos que perfazem as necessidades básicas do organismo está internacionalmente padronizado, mas os alimentos nem todos eles constituem os hábitos alimentares da população moçambicana. Uma vez que o cabaz está ligado à capacidade de compra, não havendo essa capacidade, convém educar a população a encontrar alternativas locais que podem substituir alimentos internacionalmente padronizados.
A título de exemplo, o iogurte clássico derivado do leite da vaca, pode ser substituído pelo iogurte de Malambe, produzido em grandes quantidades na província de Tete, centro do país, pode ser consumido a custos relativamente mais baixos. As verduras como a cacana, folha de abóbora e tseke são outros produtos altamente nutritivos que podem ser inclusos no cabaz alimentar, segundo o académico.
O especialista desafia aos investigadores na área de nutrição e saúde a mapearem e estudarem estes e outros alimentos locais com vista a apurar se perfazem a quantidade de calorias necessárias para o organismo de modo a integra-los no grupo de 12 tipos de alimentos definidos internacionalmente pela FAO. “Podemos contribuir para perfazer o grupo de alimentos que incluem também os alimentos localmente consumíveis”, disse
Realçou que o grupo dos farináceos possui as mesmas propriedades da farinha ocidental. Entretanto, reforçou a necessidade de educação alimentar das populações no sentido de estas evitarem o consumo excessivo de carnes vermelhas. “E ninguém pensa comer a ratazana que é muito saborosa e nutritiva”, frisou.