Mia Couto propõe estratégia de conservação da biodiversidade
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- Criado em 16-12-2022
O biólogo e escritor moçambicano, Mia Couto, defendeu que não pode haver conservação da biodiversidade sem a preservação dos modos de vida das pessoas, explicando que as duas acções são interdependentes.
Afirmou que as culturas e os modos de sobrevivência das pessoas no campo e na cidade devem ser conservadas para permitir o respeito destas pelo ecossistema. “Ao combatermos a miséria nas comunidades estaremos automaticamente a ajudar a conservar a biodiversidade”, referiu.
Couto falava esta quarta-feira, no Campus Principal, durante uma palestra subordinada ao tema “Conservação da Biodiversidade”, organizada pela Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane.
Sugeriu que se faça uma investigação aplicada na universidade para a descoberta de estratégias mais viáveis para a conservação de algumas espécies animais que são vítimas de acções humanas na busca de sobrevivência.
“Quando ia a África do Sul vi pessoas ao longo da estrada vendendo vondo e com esta situação era fácil ver que este animal iria entrar em extinção. No entanto, a miséria faz com que a fonte de rendimento a longo prazo esgote, daí que questionou por que não experimentámos criar esse animal em cativeiro”, sugeriu.
Explicou que a criação deste animal em cativeiro iria garantir mais fonte de rendimento das pessoas e, consequentemente, redução de queimadas descontroladas pelos caçadores desta espécie.
Na ocasião, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, reconheceu a importância da palestra, explicando que se trata de um tema transversal que permitiu maior intervenção da classe estudantil.
Para Além de estudantes, participaram da palestra docentes e activistas sociais defensores do meio ambiente.