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Passagem dos 42 anos do ataque à Cidade da Matola: Albie Sachs reconhece o contributo de Moçambique na luta contra o Apartheid

 

Albie-SachsO académico e activista sul-africano, Dr. Albie Sachs, reconhece o contributo de Moçambique no combate ao regime segregacionista do Apartheid, destacando o abrigo concedido a muitos membros seniores do Congresso Nacional Africano (ANC) no país.
Explicou que a solidariedade de Moçambique teve consequências negativas para o país, com a imposição de fortes sanções económicas pelo regime sul-africano, que incluíram sabotagens no sector da energia eléctrica e cortes no fornecimento de gás de cozinha, entre outros.
Entretanto, o regime do apartheid não parou por aí e acolheu opositores internos de Moçambique em solo sul-africano, criando condições para o desencadeamento de uma guerra civil, em Moçambique.
Falando, na UEM, numa palestra por ocasião da passagem dos 42 anos do ataque à cidade da Matola pelas forças governamentais do regime do Apartheid, Albie Sachs, reconheceu que o povo moçambicano pagou muito caro ao dar abrigo aos camaradas do ANC e não compreende a ignorância de muitos compatriotas seus que não valorizam a história.
Numa sala que reuniu académicos e representantes de vários extractos sociais de cidadãos sul-africanos, o activista apelou à divulgação desta parte da história, que narra o contributo dos moçambicanos na luta contra o Apartheid. “Eu não percebo esses focos de xenofobia que estão a acontecer”, lamentou.
Na ocasião, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, descreveu o ataque à Matola, nas primeiras horas do dia 30 de Janeiro de 1981, como um acto macabro e cobarde que resultou na morte, no local, de 12 quadros do ANC e um moçambicano, para além de outros que viriam a perder a vida posteriormente.
“Mais uma vez, o regime segregacionista de Pieter Botha mostrava a sua face sombria e violenta, sustentada por um projecto hegemónico e dúbio, que tinha como objectivo principal desestabilizar política e militarmente todos os países da região que não pactuassem com a sua agenda e ideologia”, disse.
Um ano depois, a 14 de fevereiro de 1982, celebrou-se o primeiro aniversário do ataque à Matola, considerado pelo então Presidente Samora Machel como o Dia da Amizade.
Segundo o Reitor, trata-se de uma amizade de dois povos irmãos, que juntos lutaram contra a opressão colonial, contra o racismo e qualquer forma de governo de maioria rácica.
O Reitor fez notar que, desde a independência, a UEM foi o elo intelectual do engajamento de Moçambique na transformação socialista e nas lutas de libertação da África Austral, tendo se tornado o novo polo de produção científica e activismo transnacional de África.
O Alto Comissariado da África do Sul em Moçambique (Embaixador), Dr. Syphiwe Nyanda, destacou as qualidades do Dr. Albie Sachs, referindo que ele faz parte dos combatentes que deram o seu sangue no combate contra o regime do Apartheid.
A cerimónia da passagem dos 42 anos do ataque à Matola foi marcada pela deposição de uma coroa de flores no memorial de Ruth First e uma visita ao gabinete de trabalho onde a activista foi assassinada, através de uma carta-bomba, no Centro de Estudos Africanos.

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