“Estou preparada para trabalhar em qualquer área de jornalismo”
- Detalhes
- Criado em 19-05-2023
- Camila Botão, estudante de Jornalismo
Camila Botão, de 22 anos de idade, é estudante do quarto ano do curso de Licenciatura em Jornalismo, na Escola de Comunicação e Artes. É considerada uma das melhores do curso, destacando-se em áreas como filmagem, edição, realização e produção de conteúdos multimédia, habilidades que adquiriu ao longo da sua formação.
Para além das aulas práticas de que o curso dispõe, Camila tem feito cobertura de alguns eventos da Universidade, como forma de aprimorar, cada vez mais, as suas habilidades e enriquecer o seu currículo.
Porquê escolheu fazer Jornalismo?
Durante um período da minha vida, passava mais tempo vendo televisão e nas redes sociais, o que influenciou de forma negativa a minha vida académica e fez com que o meu pai desligasse os cabos da televisão e ficamos 1 ano sem acesso à mesma. No lugar da televisão, ouvíamos rádio e acabei gostando de alguns programas radiofónicos. O facto de não poder ver as pessoas e simplesmente ouvi-las, deixava-me muito interessada em desvendar o fenómeno e isso despertou algum interesse em mim e comecei a me informar mais sobre o jornalismo no país. E apaixonei-me, apesar do meu pai desejar que eu me formasse em Direito.
Está a frequentar o último do curso, quais são as perspectivas após a formação?
Eu gostaria de ter a oportunidade de mostrar o meu potencial, trabalhar em algum órgão de comunicação, vivenciar a dinâmica das redacções no dia-a-dia e colocar em prática tudo que aprendi durante os anos de formação.
Jornalismo é uma área cheia de desafios, acha que está preparada para enfrentar o mercado de trabalho?
Sim. Porque, com os conhecimentos que tenho adquirido aqui na universidade, acredito que conseguiria me adaptar em qualquer área, seja de rádio, televisão ou impresso; acredito que, com as minhas capacidades, poderia me enquadrar em qualquer órgão de comunicação social e/ou em qualquer outra instituição. Sinto que estou preparada para enfrentar qualquer tipo de desafio que possa surgir.
Sendo uma estudante multifacetada, em que área gostaria de actuar?
Entrei no Jornalismo porque me apaixonei pela Rádio, mas, durante a formação, desenvolvi uma outra paixão que é pela área da televisão, principalmente porque a parte técnica é muito mais complexa em relação à rádio e eu gosto de desafios. Então, se tivesse que escolher entre a rádio e televisão, eu escolheria a televisão que tem o factor multimídia e posso conciliar as duas áreas de actuação numa só.
Na área de Jornalismo vemos mais homens na parte técnica, operando câmeras, fazendo edição de vídeos, o que faz parecer que é uma área reservada para homens, e você faz tudo isso, como e porquê?
Bom, primeiro, para quebrar esse tabu de existirem actvidades só para homens e vice-versa, pois acredito que ambos têm a mesma capacidade, só existem diferenças físicas, mas somos todos iguais, quero tornar-me competitiva no mercado de trabalho.
Segundo, porque como já disse, me apaixonei pela área da televisão, gosto de todo o trabalho que tenho feito por detrás das câmeras. As pessoas só veem o produto final, mas não imaginam que, por detrás do apresentador de um programa, existe uma grande equipa de trabalho, e não têm noção do trabalho que é feito para se chegar ao produto final.
O que lhe motiva a estar envolvida sempre em actividades de cobertura de eventos daqui da Universidade?
Eu parto do princípio de que é importante conciliar a teoria com a prática, então, estar envolvida nessas actividades permite-me colocar em prática tudo o que aprendo na sala de aula, e isso ajuda a me preparar para o mercado de emprego. É também fazendo parte desses eventos onde aprimoro as minhas capacidades e aprendo coisas novas e entro em contacto com vários modelos de câmeras entre outras coisas.
O que acha do Jornalismo em Moçambique?
Acho que ainda estamos a nos descobrir como jornalistas, pese embora a globalização esteja a contribuir para a desinformação e desvalorização da profissão. Entendo que a globalização trouxe alguns aspectos positivos e que usamos no nosso trabalho, mas é desafiador trabalhar num mundo em que as informações falsas se propagam facilmente. É aí onde entramos nós como profissionais da comunicação. Temos que buscar informar com verdade, entreter, educar e transformar, servindo, deste modo, os interesses da comunidade no geral.